A confiança absoluta no Criador e a idolatria

“Não terás outros deuses
além de mim.”
(Ex 20:3)

O fato de não adorarem imagens leva muitos a pensar que não praticam a idolatria. Porém, esse conceito é bastante abrangente e, por isso, é uma transgressão muito fácil de ser cometida, pois ocorre sempre que se coloca a esperança, a confiança, a expectativa ou a fé não apenas no Deus único, mas também em qualquer coisa, pessoa, atitude ou situação.

A base da fé verdadeira (emuná) é que tudo, absolutamente tudo, provém do Criador, tanto o que é reconhecidamente bom, como também o que se pensa ser ruim.

Existem situações do dia a dia aparente­mente banais mas que têm o potencial de ser consideradas idolatria, por exemplo: colocar fita ver­melha na placa do carro, acreditando que afastará o “mau-olhado”; acreditar que chegou a um lugar privilegiado na vida social-financeira porque se é bom, talentoso ou esforçado; confiar que um bom patrimônio garantirá uma velhice tranquila; confiar que terá vitória num processo judicial por estar representado por um bom advogado; sentir segurança por ter cerca elétrica, sensor de presença, alarme, monitoramento, residir em condomínio ou ter carro blindado; crer que a cura veio da medicação de alto custo; que o emprego está garantido por ser um bom trabalhador.

Uma advertência aqui é necessária: o fato de tudo provir d’Ele não significa que não se deva ser cauteloso, esforçado, dedicado, equilibrado etc., pois Deus usa essas características para agir. O que não se pode é depositar a fé e a confiança nisso, acreditando que serão essas qualidades e atitudes que garantirão algum resultado.

Por essas e outras razões é que muitas vezes se descumpre logo o primeiro dos mandamentos: “não terás outros deuses além de mim” (Ex 20:3).

Existe algo chamado Divina Supervisão Individual; isso significa que Deus, em sua onipotência, está no controle até dos mínimos detalhes de nossas vidas. O propósito d’Ele para nós vai muito além desta curta existência terrena, por isso Ele está muito mais empenhado em nosso aperfeiçoamento espiritual do que simplesmente no nosso bem-estar material. Então, por vezes, vivemos situações que, em nossa pequena compreensão do todo, achamos não serem boas, mas que, se tivéssemos pleno entendimento do mundo espiritual, bem como do passado e do futuro, consideraríamos que não apenas são boas, como necessárias. Inclusive, o leitor provavelmente tem algumas experiências pessoais de momentos difíceis pelos quais passou e que inicialmente acreditou serem ruins, mas que depois de algum tempo, anos às vezes, percebeu que “tudo se encaixou” e o fez crescer.

Para as pessoas que não creem na Eternidade talvez seja difícil compreender essa visão, pois, para quem não crê num Deus Criador de todas as coisas, tudo acabaria aqui neste plano. 

Entretanto, quem sabe que esta vida é apenas uma passagem para algo muito maior no plano espiritual compreende com mais facilidade que Ele está no comando de tudo e que até mesmo as piores desgraças da huma­nidade (guerras, assassinatos, roubos, enganos etc.) estão sob controle do Pai e que tudo é para o bem, se não para esta vida terrena, certamente para a alma imortal, para o aperfeiçoamento, ajuste, conserto ou equilíbrio, pois “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam…” (Rm 8:28). 

Por isso, não se deve rejeitar aquilo que não parece bom aos próprios olhos, por mais difícil que isso possa ser, e muitas vezes é.

De acordo com o ensinamento do rabino R. S. Arush, a fé apresenta três níveis cumulativos: 

1) no primeiro estão os que acreditam que tudo ocorre pela vontade do Criador; 

CONTINUA…


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Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

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